mandinga

March 21, 2008

CINE ROSARINHO VICE VERSA

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 4:38 pm

 

ONTEM PARTICIPEI DA MINHA PRIMEIRA SESSÃO DO CINE ROSARINHO.ASSISTIMOS AO FILME BUENOS AIRES – VICE VERSA, DE ALEJANDRO AGRESTI. ACORDEI NOSTÁLGICA E ÓRFã… O FILME TEM SOLUÇÕES ESTÉTICAS FABULOSAS PARA FALAR DAS VÍTIMAS DA DITADURA E DAS SUAS CONSEQUENCIAS, OU AS CRISES INDIVIDUAIS E COLETIVAS. MINHA CONDIÇAO FEMININA APONTOU. ACHEI DEMASIADA A CONSTRUÇAO DAS PERSONAGENS FEMININAS COMO SUB… HUMANAS DESPROVIDAS DAS FORÇAS QUE SABEMOS TER AS MULHERES ARGENTINAS. AINDA QUE ESTE FOSSE O CONTEXTO DA NARRATIVA, QUE SE PROPUNHA A DISSECAR AS  VÁRIAS MAZELAS HUMANAS APÓS A DITADURA,  ME INCOMODOU  BASTANTE A MANEIRA  COMO  AS  PERSONAGENS FEMININAS ERAM DESPROVIDAS DE  SE REALIZAR,EXPLICITAMENTE DELIMITADAS EM SUAS PERSPECTIVAS.ORA TRAVESTIDAS DE INSANIDADES,OUTRORA VÍTIMAS DE MÚLTIPLAS FORMAS DE VIOLÊNCIA. ENTÃO, MEU CORAÇÃO LANÇOU-ME UM DESAFIO… E SE MEUS INCÔMODOS FOREM SUBSTRATOS QUE REFORÇAM MEU IMAGINÁRIO ? E ASSIM CONSTROI UMA BASE SUBJETIVA PARA QUE EU PERMANEÇA NESSA CONDIÇÃO ? MEU CORAÇÃO CLAMA: AO CONTRA-IMÁGINÁRIO … OU O COMBATE DA DITADURA ATUAL E COTIDIANA ! VIVAS: MULHERES !

March 20, 2008

Palavras de Moara

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 5:05 pm


MEU CORPO É A CASA DA CALOROSA VONTADE


EM MINHA ALMA  MORAM SENTIMENTOS QUE A INVADEM


SEM MESMO QUE EU PERCEBA E VIAJAM PARA O MUNDO DE TODA MANEIRA


A CRIAÇÃO HABITA A CASA INVISÍVEL ENTRE O CORAÇÃO E AS MÃOS


MINHAS MÃOS HABILIDOSAS COM AMOR SE MOVIMENTAM


E DEVOLVEM AO MUNDO FORMAS, SONS E CORES RENASCIDAS DE MIM


 
 


(escrito pelas crianças do turno da manhã da Moara | Foto do ovo cor de rosa que atacou a sede de alguns periódicos italianos contra  ingerência midiática do Vaticano)


 

March 19, 2008

Ladja, El mani, Capoeira = reverberações do N’golo da África Banto

Filed under: General,NA AVENIDA — mandinga @ 1:04 am

March 18, 2008

PASSAGEIRA

Filed under: PERSONAGENS — mandinga @ 10:19 pm

 

desconcerta

 1:30 . Fez o corre. Percurso, por conta de fazer uma
conexão  entre transmissor e antena, num
triz já era ansiedade. 50m de cabo. Passou dias e noites fantasiando o trajeto,
coerência mente e coração,  e agora já
rodava. Não mais assistia, protagonizava.Fantasiar, fabular : momentos,
pessoas, desejos – uma consciência  tangente, de transmissora (ela subjetiva) e
receptora (ela sujeita).

Imprevisibilidade de movimentos, desforra o enredo. Sabe,
sabida do valor de cada estação, e naquele momento era desfigurado  controle. Das operações imagéticas,
prazerosas, confortáveis – precisava resignificar.Quem conta, aumenta. Quem
canta, agüenta. Ele guiava, guion, guindava. Ela: Passageira.

Nasceu assim.Nem café. A boca secou, estomâgo doeu,
respiração ofegou. Xícara vazia.Desforrou o bucho. Abusou das máscaras. Mas
desculpa a Eva , ou o mito primitivo. A atrevida que dançara nos ventos, nem
encena. Sobre maçãs e salivas e mordidas. Nem palavra.Tagarelices de personas e farsas. Diz:farsa !  E foi montada pelos cortes,
narrativa: Passageira.

Em despejos, desculpas, dez mil culpas : falta de afeto e
carinho. Mas, neutra nem vivencia. Se  insípida,
recusa projetar. Tudo menos desencanto.
Se era luz, cenários, sequencias, apetrechos,já não tarda prover. Rebulina, rebobina.
Em sonho, ele sai das matas, braços de carícias, abraço devido. Ao manipular: Passageira.

Nenhuma brincadeira que o valha. Nem samba, nem roda,
nem jogo. E na integridade das ações,apenas prematuridade dos acasos. Devaneios
de amor.  E cada escolha se injustifica. Mas
ele é desconcerto, demasiado de primores. Extravagância se materializar. Senão,
absolutamente necessário. A presença  inevitável,
inelutável, fatal… de apelos e apuros. Espelhos, diz espelho: Passageira !

Edi fícios, ponteiros urgem, avenida surje, na maior das
selvas de humanidades das nossas fronteiras. “Este samba é pra você meu amor,
que me fez..” toca o rádio, ela excita. Dobra a esquina, perde-se o caminho.
Toca a próxima. “Amor meu grande amor não chegue na hora marcada”. A música
inseria o desfecho suficiente, para 
corpos que não se realizam.

 Parada, ponto final.Sem
investidas excitantes. Pega a mala, excede estações, não hesita mais vôos: Passageira. 

(foto Verger, maranhão , 1947) 

Passageira

 

 

Vai me calar ? Eu arredo minha antena !

Filed under: ALEGORIAS MANIFESTANTES — mandinga @ 8:36 pm

 


Transcantos da mandinga ao parceiro dragão. Ou, o dia em que eu e a
Radiola FM resistimos aos representantes dos capitalismos uniceubianos
e nossa liberdade de consentida, passou a conquistada!

 


Dia 23 de abril, dia de mandinga ! Festa na Terra pro guerreiro
vencedor das demandas. Era ele em sintonia, era meu mano, meu santo,
mano era eu. Uma chamada: ouvinte e programadora saravando ! Os ventos
sopraram, vieram me avisar: "abri os ói, buraco véi tem cobra dentro".
Mas se cobra me morde meu veneno é mais forte… tenho sete espadas pra
me defender. Cada um dos meus 250 mil óvulos, a grande célula, feitos
antes d’eu nascer, são liberados de tempos em tempos: uma força !

Me arrefiz de minha história. Geri e pari em 102,7 FM.É um sentido de
pertencimento a este mundo e constelações de vozes desde o ventre. Me
fiz Radiola, nuns cantos livres ! Mas diziam de três saúvas que eu
tomasse temência: ANATEL (cruzes ! nomão abestalhado véi !), POLICIA
FEDERAL (égua ! palavrão fei da peste)e a Reitoria (urgh ! troço
peçonhento da gota).
Por isso, sempre preparava umas esquivas e
queimava vez em quando umas brasinha, que era pra ver se mantinha as
pragas acolá. E assim era noite de encantos na mesa operando, e era
formosa de carne-e-osso, na roda dos planos de manas toda virada da
lua. Era de dentro, era de fora: voluntária!
 
E no plural um
varal: cada célula um programa, uma história. Um causo – causa: meu
coração pulsa sem $ifrão.Vieram me chamar pra roda, eu saindo de
Aruanda me acomodei livremente e segura. Mas logo percebi uma sarninha.
É que eu tinha um parceiro, daqueles que troca as cousas. Trocava P2
por RCA e eu alertando : isso não encaixa, isso silencia, isso é
bestagem…Daí deu preguiça e assuntei o parceiro:ei, me deixe seguir
livre ?
 
Eu tive que perguntar porque quanto mais o tempo passava
, mais meu parceiro se punha a me usar. "É um trocado que eu careço de
ganhar", ele entoava. "Se assossegue parceiro", eu tratava de acalmar:
"desse mundo eu já pertenço e trocado quero negar !" Porque já era
formosa livre de carne e osso ! E ele retrucava: "não sabes se
organizar !" E assim o tempo passava nessa granguena !
 
Mesmo
vindo ao mundo torta, eu já tinha asas pra voar. Sim ! Nasci da costela
do meu parceiro, pra mó dele ganhar uns tostão, mas num demorô e minhas
asas apontaram. E virei muitas, tantas vozes e donas, que meu parceiro
resolveu me livrar. E assim deixou batizar: livre ! Ele consentia , me
apropriei da ventania e me lancei nas ondas do ar !
 
De vez em
quando, me alembrava das saúvas e meu parceiro a me espiar… Mas o
mundo volta deu e o parceiro perdeu fé nas saúva e foi-se providenciar,
porque daquela liberdade farturada começou a incomodar. Aí principiou a
sarnar, disse pra eu falar o que ele queria. Eu lancei umas esquivas
que guardava pras saúvas. Ele se enfesou e nomeou alguém pra me
coordenar. Ai, ai, ai ! Isso era um derrame nas minhas transmissões,
meu coração bate porque sou autogerida e autônoma !
Daí, tive que
soltar uma esquiva bem certeira, porque essa do coordenador foi braba !
E o parceiro ficou bem parecido com saúva, um reprodutor delas ! Avisei
que ia saltar de banda daquelas prosas e as máscaras do meu parceiro
foram caindo. Era abobado e vazio, uma barreira pras minhas ondas. Foi
aí que mandei: "sai pra lá com sua bocona de mandos e desmandos" !
 
E o
$ifrão caiu na rede. E o parceiro-bicho-desmascarado se enfesou de vez
!
Quis logo me rebatizar, mas eu já formosa-livre… então livre
era ! E ele se enfurecera sem controle e aos sete ventos me excomungou.
E eu ? Eu na Aruanda, saravando, preenchendo a existência, noutras
conexão ! Meu parceiro veio na roda e trouxe dragão presidente (cruzes
nomão feio !)e ainda trouxe dragão promoter (égua bicho cheio de
$ifrão), e eram 3 de cada espécie.
 
E lá estava eu na demanda !
Minhas vozes e corações pulsavam no ventre. Era uma ciranda
rádiogerida.Eu transmito ! Eu movo ! Eu inspiro ! E meu parceiro ? No
apagão… aéreo. Arre, tô fora do apagão! No mesmo dia dessa roda, as
saúvas tinham comprado umas páginas nos jornais pra dizer que o apagão
vem da minha transmissão ! Diacho ! Quer bicho mais enganador que saúva
com jornal ? Uma peste, mundo confuso…
 
Eu ? Veredas ! Apagão
deixava pros $ifrão. Corria nos ventos, nas estradas, sintonias. Ah !
conquistei ! Conquista de frequência, num era mais consentida. E de
liberdade meu seio jorrava e tinha era gente se lambusando e mamando,
numa festa arretada de boa !Quer saber, acho que essa foi a causa-causo
que fez meu parceiro levar os dragão pra roda !
E bichão
presidente (arre!) cuspiu logo fogo: "se feche dessa liberdade, seu
parceiro é dono que manda" ! Bichão promoter (vixe) deu outra cusparada
medonha: "a sinhora está fora ! Está expulsa" ! Agora eu ali… vinda
de aruanda, com parceiro e os dragões em nome do $ifrão, a me atacar
!Abri logo o microfone: isso é golpe !!!
 
E
espanta-mor-d’eu-compreender: num era golpe das saúvas não ! Era golpe
do meu parceiro !! Tinha perdido a cabeça por causa do $ifrão ! Mas me
calar ? Isso ele não ia não ! Resolvi falar a língua dos dragão (era
voluntariamente vetado esse idioma em nossas rodas). Mas na hora que as
máscaras do parceiro caíram, pensei que essa fosse a solução. Afinal,
eles nunca iam nas rodas e não sabiam o radiolês.
 
Logo depois das
cusparada dos dragão, eu disse pra um dos dragão presidente:" vai tomar
no …" – que traduzindo pro radiolês: larga mão de bestagem, aqui
ninguém manda, é coletivo !Aí peguei o dragão promoter que vinha de lá
com as brasas-gosmeira:"seu filho da …" – que traduzindo pro
radiolês: entra quem quiser entrar, vem moça e minino e tudo que quiser
jogar !
 
Mas aí os dragão e o parceiro viraram um bichão maldoso !
E eu percebi que a língua dos dragão só fazia a roda virar coisa de
promoter-presidente. Daí voltei pro radiolês. Aí o parceiro disse que
nossa relação era uma caracu. Eu já ia achando aquilo de cerveja preta
bonit…, quando ele começou a chicotear $ifrão, cartilha, linha.Eu
bamba só sabia da ginga-curva e disse que na linha do parceiro eu não
seguia.
E a coletiva na ativa vibrando. O parceiro gritou:"já
tinham me avisado, quando saiste da costela que você ia me dar
trabalho, minha inimiga !" Daí que os dragões danaram a soltar as
labaredas: "tá expulsa, uma advertência pra danada, bora chamar a
segurança pra bicha …" Jacaré se queimou ? Nem eu !
 
O coletivo
virou um escudo e cada voz amansava dragão e dragão foi mansando e
ficando zonzo… e eu livrona ! Me dolori pra valer quando parceiro fez
uma das vozes moça chorar com suas bestagens ! Aí ele disse que não me
queria mais, e eu disse que por mim ele deveria era procurar outra
estação, são tantas pra ele ganhar uns $ifrão ! Aí ele fechou a roda,
supondo que eu voltasse de novo pra sala dele. Com medo das saúvas me
pegar…
Mas eu tava danada de livre e as vozes que eram escudo e
espada e coletivo disseram que essa causa-causo de linha e $ifrão era
coisa de outra estação. Pois eu cada vez mais danada de livre pensei
que parceiro machão é coisa de outra estação ! Sintonizei minha
freqüencia e deixei fluir a operação… vou por umas luas ficar
virtual.
Foi assim que subi no cavalo branco do santo-mano,
vencendo os dragão ! E o parceiro quando tomou apreço da sala viu que
eu era livre,livrona.Num era brinquedo dele não ! E as vozes, os
coletivos, as autogestão tão paridos, amamentados e transmitindo em
celebração !

BSB, 25 de abril de 2007

Ijexá é D`Oxum

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 7:39 pm

March 16, 2008

Bem- vindA ! A este espaço de louvação das forças transitórias e permanentes

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 7:00 pm

 que nos motivam, fortalecem, rebelam, aliviam e confortam… 

 … ou a exaltação das ancestralidades africanas e caboclas que cativam o nosso cotidiano de cantos, sonhos, lutas, danças e tambores.Respondemos com cultos, lendas, brincadeiras, comidas – às centenas de anos em que os navios negreiros transportaram – através do Atlântico – não apenas o contigente de cativos/as destinados aos trabalhos de mineração, dos canaviais, das plantações de fumo localizadas no Novo Mundo, como também sua personalidade , sua maneira de ser e de se comportar, suas crenças. A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às forças de alienação e de extermínio com que freqüentemente se defrontavam haveria  de surpreender a todos aqueles que tentavam justificar a  cruel instituição do tráfico como forma de salvar as almas dos/as africanos/as escravizados/as. E com esta mesma justificativa (de salvar almas) os povos indígenas também foram submetidos a crueldade da escravidão e violação de suas culturas e sabedorias. Este espaço pretende louvar a resistência dos batuques. Incentivar as ferramentas de luta pela liberdade e contra as injustiças socais.É um viva às experiências de libertação das nossas forças inconscientes, que num momento de transe, traz com o inexprimível o que há de mais belo e bom, poeticamente exteriorizado no decorrer de uma brilhante festa …(Mandinga + Verger).

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