mandinga

May 30, 2011

GINECOLOGIA: Faça você mesma !

Filed under: ALEGORIAS MANIFESTANTES — mandinga @ 5:18 pm

Hoje fui a farmácia. Queria presentear as maravilhantes que convivo, fazer aquele dengo – surpresinha. Juntas trocamos horas de prosa, de sonhos, de sabedorias. Nas minhas horas vagas costumo brincar com vídeos e nomei o brinquedo de “vê se te enxerga produções” . Muita gente acha agressiva a expressão. Na real, uma das intenções do nome é reforçar que vale a pena cada pessoa se conhecer, olhar, perceber, enxergar. Esse descobrimento de si mesma é fundamental pros nossos exercícios de emponderamento… constantes, neh ?

Tão agradável se tocar, ver, descobrir. Então, que tal unir o útero ao agradável ? Sim, que tal conhecer o próprio útero ? Tão poucas viram o próprio útero. Por que passamos tantos anos pra descobrir nossos corpos ? Especialmente, vagina , ovários, útero…. O que trazemos mesmo entre as pernas ? Um mundo de prazeres, cores, texturas. Mundos de vida ! Mas, quem já viu ? Seu/ sua ginecologista ! Eita quer dizer que esta parte tão mimosa do seu corpo um estranho já viu e vc não ? Beleza, ginecologista é cuidado imprescindível com si mesma. Mas, reconhecer sua vagina além de um cuidado, é ato de amor consig@.

Hoje, dia de luta pela saúde da mulher presenteei as amigas com um kit deste hábito de amor: GINECOLOGIA – FAÇA VOCE MESMA ! Lanterninha, espelhinho e espéculo vaginal. Com estes objetos vc pode além de conferir lábios, canal, pele… dizer olá a seu colo do útero. Aprendi com uma ginecologista feminista numa edição do Carnaval Revolução, há uns anos. Com esta visão além do alcance, acompanho meus ciclos, ritmos, cheiros, frescores. Assim, eu mesma posso conferir, as muitas possibilidades do meu corpo.

E dependendo de como estiver o horizonte posso tomar aquele chá, fazer aquele banho de assento, aquela compressa… Meus favoritos são chá de artemísia, chá de gengibre, compressa de alho, inhame, vinagre, espinheira santa, camomila. O próximo post vai ser sobre dicas de preta-velha pra mulheres que se cuidam e amam.

Óbvio que esta festa consigo mesma, não significa abrir mão dos exames e consultas ao ginecologista, já que nem todas as nossas possibilidades são visíveis a olho nu. Manter em dia exames, vacinas, consultas.O ideal é descolar uma ginecologista bacana que respeite e oriente de forma responsável (de preferência feminista hohoho !). Mas, nada como se autoexaminar e conhecer o próprio corpo… ou quero mais saúde !

Quem precisar de um kit e dicas de como se autoexaminar manda um alo ! E tem mais links sobre o tema, ó:

http://pt.scribd.com/doc/88917/Hotpantz-Herbal-Gynecology

http://www.beautifulcervix.com/cervix-photo-galleries/photos-of-cervix/

http://aterraviva.com/blog/

https://lists.riseup.net/www/d_read/icamiabas/

http://www.anarcha.org/sallydarity/atf4.html

May 2, 2011

Cultura cultua sentidos… sobre gênero e poder

Filed under: ALEGORIAS MANIFESTANTES — mandinga @ 10:03 am

Tá vamos falar de gênero… ah ! mais uma vez ? Oh Yeah ! Leio o mundo nesta perspectiva… e agora já era ! Essa deixa inicial é pra satisfazer a banda de gente que me xaropa por conta deu ser … feminista ! (depois farei um post exclusivo sobre a patrulha). Bora lá nesse:

Tava em Sampa no trânsito, som do carro começa a passar uma propaganda da SPM sobre as possibilidades das mulheres. Sem imagem, a narrativa em áudio da peça publicitária foi nocaute. Parecia que estava vivendo no cobiçado tempo da igualdade de gênero neste país. A chamada passava algo de: “parabéns mulher, finalmente vc pode tudo”.

Precisamos reforçar nossa autoestima, mas sem maquiar realidades. Fui investigar e percebi que sim, tinha mesmo escutado a campanha e se tratava de uma iniciativa da SPM. E não só isso, compas feministas me enviavam o vídeo como uma conquista. Logo manifestei meus poréns sobre a peça e minhas compas tinham leituras distintas das minhas. Então, me predispus a fuçar melhor minhas angústias, do quanto aquilo me parecia ” o caô no baile” do momento.

Ganhamos possibilidade de algumas mulheres estarem no poder – inclusive como presidenta – isso visibiliza possíveis. Mas, não revela sobre circunstâncias de como chegamos a estes espaços – consentidos ou conquistados ? E nas ruas, praças, esquinas, bares, noites quantas conseguem caminhar livremente ? São tantas variáveis desta chegada ao poder… Em nossos imaginários o que construímos com estas imagens ? Bom, espaços que foram construídos por regras e rédeas do patriarcado, agora conduzidos por mulheres. Muitas vezes, ocupados por mulheres que não têm compromisso efetivo com questões de gênero. Mas, que usufruem de conquistas de tantas que há séculos lutam pelos feminismos.

Devemos e precisamos como “base social” colaborar na formulação de políticas públicas, especialmente as voltadas para gênero. Assim como, pretendemos ver o orçamento para políticas públicas de gênero crescer e sua execução ser garantida. Mas será que podemos ? Afinal, o que podemos ? Penso em dois casos recentes de mulheres que ganharam a esfera pública uma como candidata ao governo do DF. Usada pelo marido, que teve a candidatura impugnada. Devido a seu despreparo foi chacoteada pela mídia e redes sociais. Pra mim, um dos casos de violência simbólica mais gritantes dos últimos tempos. Outro exemplo, é a primeira Ministra a ocupar a pasta da Cultura. Explicitamente despreparada para o cargo, segue entre atropelos no Poder. Penso em tantas mulheres que poderiam contribuir com a Ministra. Mas, que mesmo tendo mulheres em sua assessoria segue vacilando. Dai, reforço que deveríamos mesmo começar a pleitear que nossas representantes no poder estejam compromissadas com os movimentos e redes de mulheres.

Por que topamos ser fantoches de um jogo que não precisamos jogar ? E o quanto o fato de ser uma MULHER faz a chacota render mais ainda? E até que ponto ao despreparo fica atrelado a suposta incapacidade de gerir ? Gostaria de reforçar para todas que ocupam cargos de poder neste país, que podemos mudar as regras e o jogo. Sequer jogá-lo. E mais ainda que estamos em solidariedade mútua e que podemos ajudar técnica, psíquica e emocionalmente.

Percebo que gestoras comprometidas com questão de gênero, exercem melhor suas funções no poder público. Vamos celebrar nosso protagonismo, autonomia, liberdades. E junto a isso escrever novas regras ao jogo… queria escutar mais e melhor sobre desenvolvimentismo. Queria conhecer mais economistas feministas. Queria uma internet feita por mulheres. E sem que pra isso tivéssemos que nos desemponderar. Conheço várias mulheres que exercem cargos de liderança e que precisam de vez em quando pedir desculpas por isso. Ou seja, pedir desculpas por ser boa. Ou sabotar algum outro aspecto da vida por ser boa e poderosa. E muitas vezes além dela mesma se sabotar, outras variáveis vão atuar para expor suas vulnerabilidades. Precisamos de mulheres nas esferas de poder, mas precisamos também reconstruir as regras.

E a todo momento questionar PODER: indagar, examinar, experimentar e teorizar. Especialmente, quando é forçoso servi -lo. E quando necessário servi-lo, buscar valores solidários. Seria nossa cultura de Poder… Precisamos recriar o Poder como forma de libertação, de uma, de todas.

… tentando desembuchar sobre governanças…. pelas passadas, presentes e futuras !

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