mandinga

April 1, 2013

PER.VERSA

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 3:29 am

A noite não adormece nos olhos das mulheres
A noite não adormece
nos olhos das mulheres
a lua fêmea, semelhante nossa,
em vigília atenta vigia
a nossa memória.

A noite não adormece
nos olhos das mulheres
há mais olhos que sono
onde lágrimas suspensas
virgulam o lapso
de nossas molhadas lembranças.

A noite não adormece
nos olhos das mulheres
vaginas abertas
retêm e expulsam a vida
donde Ainás, Nzingas, Ngambeles
e outras meninas luas
afastam delas e de nós
os nossos cálices de lágrimas.

A noite não adormecerá
jamais nos olhos das fêmeas
pois do nosso sangue-mulher
de nosso líquido lembradiço
em cada gota que jorra
um fio invisível e tônico
pacientemente cose a rede
de nossa milenar resistência.

(Conceição Evaristo – Em memória de Beatriz Nascimento)

December 20, 2012

Obvianas… ou dialética etílica panfletária

Filed under: ALEGORIAS MANIFESTANTES — mandinga @ 9:38 am


Tenho uma amiga negra. Bebemos, comemos e falamos palavrão. Somos balzacas, bondosas, generosas,bonitas, sábias, trabalhadoras, espiritualizadas, engraçadas. Em espaços públicos somos abordadas, em nossa hora feliz. Chamo de hora feliz, pois é justamente com esta amiga que tenho a qualidade de compor… os melhores insights e as melhores gargalhadas. Planejamos e celebramos nossas atitudes. Hoje filosofamos sobre ansiedades, sobre nossos relacionamentos, sobre a morte (sim, minha amiga ficou viúva recentemente), filmes, discos, receitas, filhos, homeopatia… estávamos quase finalizando nosso momento… quando de repente, mais uma vez, a fatídica abordagem…

Bom, sempre começa com um papo trivial. Daí, num pulo segue para algo agressivo, sobre a luta das mulheres e/ou negritude. Dai, somos impedidas de contra argumentar, porque a pessoa que nos aborda não deixa que sequer possamos falar. Ela fala em voz alta, sem nenhuma trégua. E pra provar o quanto é bem mais inteligente do que nós, rola uma afirmação sobre fatos históricos e personalidades deste mundão… Pronto, interromperam nosso rango, nosso drink, nosso clima. Ficamos mudas, respondendo apenas com a cabeça, com bicos, olhares, caretas…

Até que minha amiga se exalta… e mais uma vez, lá vamos nós… afirmar que não comemos criancinhas, que não temos ódio de homens, de brancos. Lá vamos nós… pra mais uma discussão. Lembrando que, a proporção de tempo de fala é bastante desigual entre as partes. A esta altura já estamos revisitando nossa real, nossas raízes, nossas cicatrizes. Minha amiga reivindica no berro a chance de responder as acusações, elocubrações e construções … Escrevo porque esta cena (mais uma vez acabou de acontecer) e nesta noite foi nesse momento, nesse exato momento, depois de uma jornada árdua de trabalho, que olhei pra minha amiga, linda, corajosa, exausta… e tive uma enorme vontade de abraça -la e pedir desculpas. Porque já não podemos sequer jantar em público, sem a patrulha…

Me questiono se a abordagem é proposital. Porém, fato é que ao termos mais consciência, conquistas, escolhas e valores sobre a sociedade que precisamos, devemos, queremos, podemos e merecemos viver e construir – somos ainda mais catucadas, sondadas… E este sempre alerta cansa. E, às vezes, pira… noutras, condiciona. Penso que se fossemos uma instituição seríamos ao menos remuneradas… mas não (ou #soquenao, para tempos modernos) ! Investimos nosso tempo, conhecimento, talento… pra nos livrarmos. Queria ter uma bomba de fumaça ninja, nestes momentos… Recentemente, ficamos mais em casa, e revisitando este tipo de situação acho que é pra evitar a perturbação.

Sei que vamos pro desenrolar dos fatos. E pedagogicamente vamos afirmando, visibilizando, reforçando quem somos e porque lutamos. Panfletárias… talvez. Só que bastante certas da nossa força. A palavra, nosso poder. E bom, em nossas experiências vividas somos da geração que aprovou as cotas na UnB, montou rádios livres, plantou a permacultura, o passe livre, a marcha das vadias, cineclubes, audiovisual popular, bicicletadas, defendemos território indígena, quilombolas, políticas de saúde mais decentes… só pra citar o que plantamos e colhemos. Pra reforçar que existem muitas lutas, pra além do que publicam nos jornais. E nesse momento quero abraçar minha amiga por termos sobrevivido e mais ainda conseguirmos estender a mão, o coração e o ventre…

Dai que já estamos em um nível da tal conversa em que conseguimos falar. E sermos ouvidas. E conseguimos mostrar que as micropolíticas existem, horizontalidade, autonomia, autogestão estão vivas e cada vez mais fortes. E não estamos falando de simulacros de redes – que na verdade, surgiram usurpando mentes e corações, para manter a ordem vigente. Necas ! Falamos de algo orgânico, coletivo, pulsante que vivemos e somos. E esta força é imortal. Adiante, já conseguimos ficar mais a vontade. Sim… nossa cumplicidade é também nossa ação afirmativa. Estendemos mais um bocado a conversa. E nossas companhias, neste ponto sentem um tipo de encantamento. Parece que buscavam por nossas histórias e por nossas verdades há tempos. Me questiono aqui se esta busca tem que sempre ser tosca, mas … fato é que desmontamos o ataque.

E bom plantamos mais idéias, ganhamos mais amigos. E, acaba que transcendemos as provocações… e conseguimos voltar ao diálogo e quem sabe rende uma hora feliz, numa outra hora qualquer… sim, isso já aconteceu com alguns “abordadores”. E agora quero abraçar minha amiga por ser presente, paciente, prudente, posicionada. Quero abraçar mais ainda pela força do que tem que acontecer, por estar nas ruas, nos bares, pronta e sagaz pra qualquer investida que insista em deturpar quem somos e o que podemos ser. Quero abraçar minha amiga porque sua alma e imaginário trabalham sempre curando, porque é disciplinada a favor da vida das mulheres, da população negra…

Quero te abraçar Sabrina, porque você faz com que nosso território esteja protegido, encantado e fértil… por cuidar de mim e por cuidar da gente. #venceremos

May 30, 2012

Marcha das vadias 26.05.2012

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 6:50 am

January 28, 2012

A grande Deusa

Filed under: General — mandinga @ 4:59 am

pela força e magia que unge-mes, te invoco. Mesmo nos momentos em que no meu caminho, eu cegue aos valores mais preciosos. Iluminas sempre meu coração e a luz retorno, mais forte e abençoada de suas infinitas e inenarráveis dádivas. Por morares em mim e sempre empoderar-me de teu brilho, tesouro inalienável à ganância humana. Por tocares meu ventre e coração, numa melodia única de confiança e amor incondicional. Por permitires a cura, a fertilidade, a bondade e a beleza, te canto. E guias meus encantos para aliviar e descarregar as energias distintas e dissonantes que se acumulam entre a humanidade. Acende a vela e refaz o jardim de coragem, frutos e mel.Celebro-te, nos fluxos. E tuas flores astrais derramas em meu peito, e cobrem o berço em que velas meu sono e sonhos. Toco – te. Em fragâncias sublimes finca seus toques e enraízas minhas verdades, sou infinita. E me torna testemunha de seus milagres, revelando a essência e a virtude da criação. Fizeste do meu lago de humildade, tua casa de aprendizado de saberes. Colhemos, refogamos, servimos o transcender e transmutar cotidianos. Bebo- te, como destino e o horizonte despertas sem limites. Moram em mim todas as criadoras que por esta terra, sangraram. Despertam em mim, as futuras. E tu, ó Grande Mãe, rege nosso tempo. E nos teus seios nos lambuzamos dos prazeres divinos. E dos teus grandes e pequenos lábios sopras nossas vidas. Fecundas e libertas, em seu ventre, sem angústias. Concebidas pela sinfonia perfeita, para sempre em seu ventre protegidas. Em banhos, nos cria em volumes, timbres, harmonias. Gratidão. Criadora dando vida à benfeitorias. Eu, cachoeira … viva !

December 12, 2011

Mulheres no Volante em Brasília

Filed under: ALEGORIAS MANIFESTANTES — mandinga @ 1:56 am

http://blogueirasfeministas.com/2011/12/mulheres-no-volante-em-brasilia/

October 20, 2011

ASSATA SHAKUR – viva !

Filed under: PERSONAGENS — mandinga @ 7:49 am

AO MEU POVO – Por Shakur Assata em 1973

Por Shakur Assata em 1973

AO MEU POVO

Irmãos negros, irmãs negras, eu quero que você saiba que eu te amo e espero que em algum lugar em seu coração que você tenha amor por mim.

Meu nome é Assata Shakur ( meu nome escravo Joanne Chesimard), e eu sou uma revolucionária. Uma revolucionária negra. Com isto quero dizer que eu tenha declarado guerra a todas as forças aos que têm violado as nossas mulheres, nossos homens e que mantém os nossos bebês de barriga vazia.

Tenho declarado guerra aos ricos, que prosperam com a nossa pobreza, os políticos que mentem para nós com rostos sorridentes, e todos os estúpidos. Eu sou uma revolucionária negra e como tal, eu sou uma vítima de toda a ira, ódio, injúria e difamação que Amerika¹ é capaz. Como todos os outros revolucionários negros, Amerika estão tentando nos linchar.

Eu sou uma mulher negra revolucionária, e por isso eu tenho sido acusada e acusada de qualquer suposto crime em que uma mulher se acreditava ter participado. Os alegados crimes em que somente homens supostamente estejam envolvidos, eu tenho sido acusado de planejar. Eles estampam fotografias supostamente nas estações de correios, aeroportos, hotéis, carros de polícia, metrôs, bancos, televisão e jornais. Eles têm oferecido mais de cinquenta mil dólares em prêmios para a minha captura, e deram ordens para atirar para matar.
Eu sou uma revolucionária negra e por definição faço parte do Exército de Libertação Negra. Os porcos têm usado seus jornais e televisões para pintar o Exército de Libertação Negra como uma organização criminosa. Eles nós compararam a personagens como John Dillinger e Ma Barker. Deve ficar claro, deve ser claro para qualquer um que pode pensar ver ou ouvir, que são as vítimas. As vítimas e não criminosos.

Também deve ser claro para nós agora por que os verdadeiros criminosos são. Nixon e seus parceiros cometem o crime de assassinado de centenas de irmãos do Terceiro Mundo e irmãs no Vietnã, Camboja, Moçambique, Angola e África do Sul. Como foi provado por Watergate, os oficiais da lei de execução de nível superior neste país são um bando de criminosos mentindo. O presidente, dois generais de advogado, o chefe do FBI, o chefe da CIA, e metade do pessoal da Casa Branca têm sido implicados nos crimes de Watergate.

Eles nos chamam de assassinos, mas não matei mais de duzentos e cinqüenta homens desarmados Preto, mulheres e crianças, ou ferir milhares de pessoas nos distúrbios que provocaram, durante os anos sessenta. Os governantes deste país sempre consideram a sua propriedade mais importante do que as nossas vidas. Eles nos chamam de assassinos, mas não foram responsáveis ​​pelos 28 detentos irmão e nove reféns assassinados na Ática. Eles nos chamam de assassinos, mas não matamos e trinta estudantes desarmados Negro em Jackson State ou em outro Estado do sul, também.
Eles nos chamam de assassinos, mas não fomos nos que assassinamos Martin Luther King, Jr., Emmett Till, Medgar Evers, Malcolm X, George Jackson, Nat Turner, James Chaney, e inúmeros outros. Não fomos nós que assassinamos, por tiro nas costas, dezesseis anos de idade, Rita Lourenço, onze anos de idade Rickie Bodden, ou dez anos, Clifford Glover. Eles nos chamam de assassinos, mas não podemos controlar ou aplicar um sistema de racismo e opressão que sistematicamente assassinas pessoas negras e do Terceiro Mundo. Embora os negros supostamente compõem cerca de quinze por cento da população total da amerikkkan, pelo menos, sessenta por cento das vítimas de assassinato são negras. Por cada porco que é morto na chamada linha direita, há pelo menos cinquenta pessoas negras assassinadas pela polícia.

Há expectativa negra de vida é muito menor do que o do branco e eles fazem o seu melhor para nos matar antes de estarmos para nascer. Nós somos queimados vivos em armadilha de fogo.Nossos irmãos e irmãs são viciados diariamente em heroína e metadona. Nossos bebês morrem de envenenamento por chumbo. Milhões de negros morreram como resultado da falta de assistência médica. Isso é assassinato. Mas eles têm a audácia de nos chamar de assassinos.
Eles nós chamam de seqüestradores, mas o irmão Clark Squires (que é acusado, junto comigo, de assassinar um policial estadual de Nova Jersey) foi seqüestrado em 07 de abril de 1969, a partir de nossa comunidade negra. Ele foi absolvido em 13 de maio de 1971, juntamente com todos os outros, de 156 acusações de conspiração por um júri que durou menos de duas horas para deliberar. O irmão Squires era inocente. No entanto, ele foi seqüestrado em sua comunidade e família. Mais de dois anos de sua vida foram roubados, mas eles nos chamam de seqüestradores. Nós não seqüestramos milhares de irmãos e irmãs cativos em campos de concentração da Amerika. Noventa por cento da população prisional neste país são de negros e do Terceiro Mundo que não podem pagar fiança, nem advogados.
Eles nos chamam de ladrões e bandidos. Eles dizem que nós roubamos. Mas não fomos nós que roubamos milhões de pessoas negras do continente africano. Nós fomos roubados da nossa língua, dos nossos deuses, de nossa cultura, da nossa dignidade humana, do nosso trabalho, e das nossas vidas. Eles nos chamam de ladrões, no entanto, não somos nós que sonegamos bilhões de dólares a cada ano através de evasões fiscais, fixação ilegal de preços, peculato, fraude contra o consumidor, subornos, propinas e falcatruas. Eles nos chamam de bandidos, mas toda vez que a maioria das pessoas pretas pegam em seus salários, são roubadas. Cada vez que entramos em uma loja no nosso bairro estamos presos. E cada vez que pagamos nosso aluguel ao proprietário é como se colocasse uma arma em nossas costelas.
Eles nos chamam de ladrões, mas não roubamos e matamos milhões de indianos arrancando-lhe a sua pátria, em seguida, para ser chamados de pioneiros. Eles nos chamam de bandidos, mas não somos nós que estamos roubando a África, Ásia e América Latina, de seus recursos naturais e da liberdade, enquanto as pessoas que vivem lá estão doentes e morrendo de fome. Os governantes deste país e os seus lacaios cometeram algumas dos mais brutais crimes cruéis da história. Eles são os bandidos. Eles são os assassinos. E eles devem ser tratados como tal. Esses maníacos não são capazes de me julgar, Clark, ou qualquer outra pessoa negra nos tribunais da Amerika. Os negros deveriam e, inevitavelmente, deve determinar o seu próprio destino.
Toda revolução na história, foi realizada por ações é por todas as palavras necessárias. Temos de criar escudos que nos protejam e as lanças para penetramos nossos inimigos. Os pretos precisam aprender a lutar por lutar. Devemos aprender com nossos erros.
Cada vez que um negro lutador da liberdade é assassinado ou capturado, os porcos tentam criar a impressão de que eles têm anulado o movimento, destruindo nossas forças e acabando com a Revolução Negra. Os suínos também tentam dar a impressão de que cinco ou dez guerrilheiros são responsáveis por toda ação revolucionária na Amerika. Isso é um absurdo. Isso é um absurdo os revolucionários negros não caem da lua. Somos criados por nossas condições. Moldadas pela nossa opressão. Estamos a ser fabricado em massa nas ruas do gueto, lugares como a Ática, de San Quentin, montes de Bedford, Leavenworth. Lá são despejados milhares de nós. Muitos veteranos desempregados negros e mães estão unindo nossas fileiras.
Irmãos e irmãs de todas as esferas da vida, que está cansado de sofrer passivamente, compõem a America negra.Há e sempre será, até que cada homem negro, mulher e criança seja livre. A principal função do Exército de Libertação Negra, neste momento é criar bons exemplos, a luta pela liberdade dos negros e se preparar para o futuro. Temos de nos defender e não deixar ninguém desrespeitar conosco. Devemos obter a nossa libertação, por qualquer meio necessário.

É nosso dever lutar por nossa liberdade.
É nosso dever de ganhar.
Devemos amar uns aos outros e apoiar uns aos outros.
Não temos nada a perder senão as nossas cadeias.
Nota
Assata Olugbala Shakur nasceu em 16 de junho de 1947. Iniciou seu envolvimento com a luta política enquanto jovem em 1967. Aderiu ao Partido Pantera Negra, e passa a se tornar uma destacada militante da organização, no entanto discorda de algumas diretrizes do partido. Reclamando sobre a postura machista existente no interior do partido. Por essas questões decidi romper com o partido e continuar seu ativismo em 1971 aderiu á República Nova Afrika uma organização que reivindicava a criação de um Estado- nação composta apenas pela população negra. Em 1979 sua consciência revolucionária de aprofunda ainda mais, e entra para as fileiras do Exército de Libertação Negra uma pequena organização que defendia a luta armada sendo constituída por Panteras Negras dissidentes que romperam com a direção do partido por considera – lá inclinada ao reformismo social em detrimento a luta revolucionária radical. O Exército de Libertação Negra efetuou algumas ações guerrilheiras escolhendo como alvo principal forças policiais juntamente com expropriações de bancos para arrecadação de recursos para a continuidade da luta. Sobre isso e desenvolvida uma violentíssima repressão sobre seus integrantes que passam a ser caçados como terroristas. Em 1973 em conjunto da companhia de alguns camaradas envolve-se na troca de tiros no qual uma policial de nome Foerster Werner e morto, Assata também e ferida a bala. Presa foi levada a julgamento sobre as acusações de assalto a bancos, seqüestro, homicídio. Seu julgamento ocorre sobre “cartas marcadas” no qual mesmo antes do veredicto final já se sabia que a mesma seria condenada. Isso acaba por ocorrer. Mesmo sobre a condição de cárcere, planeja e executa com a ajuda de aliados um plano de fuga. Sem possibilidade de permanecer nos EUA parte para o exílio em Cuba a onde é acolhida com fraternidade e recebe toda proteção necessária. Atualmente Assata Olugbala Shakur permanece em solo Cubano, apesar das insistentes pressões do governo dos EUA para que Cuba a extradite.
*1 A escrita de America com ”K” ou com essa mesma letra repetida três vezes e uma expressão usada em referência a Ku Klux Klan. Combatentes antiracista a usam para definir que a estrutura de poder dominante no EUA será inexoravelmente racista mesmo que aja a concessão de “direito” sobre a jurisprudência legal e cívica.

P.Kassan 12/06/2011 – Consciencia Revolucionaria

October 1, 2011

Presente – Brasília 30.09.2011

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 8:03 am

August 30, 2011

Diáspora da Jul

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 5:13 am

Iê camaradinhas ! Como sabem, minha vida é sempre quase ! E.. quase não consigo o visto para Nigéria. Porque sou formada em Jornalismo, profissão que nunca exerci nos conformes, muito menos agora (vários erros de português, ou narrativos, como vcs podem conferir neste texto, por exemplo… dá-lhe mundo bugado né, Yaso ? :P)

Mas, foi no melhor jeitinho brasileiro, que veio o visto acolá. Akin, meu guia-amigo nigeriano, conhecia alguém na embaixada que acabou conversando com o pessoal do “não queremos jornalistas na Nigéria”. E mandou a real da viagem: participar do Festival de Oxum – no Rio Osun, em Osogbo. Visto nela !

Esta viagem começou a ser planejada, involuntariamente, há + ou – um ano. Acordava de sonhos em que recebia instruções de quais livros ler, em quais páginas… depois vieram vídeos, que simplesmente, carregavam sozinhos em meu computador. Assim descobri o Rio, a festa (e sim, vcs sabem o valor das festas pra mim), a floresta, o Templo. E veio o encontro mágico com Akin e a missão: levar Osun aos 4 cantos do Universo. Sua vibração de amor, cuidado, prosperidade, fertilidade, magia, beleza e bondade. Sua iluminação de ventre e coração, meu caminho: Yalodê !

A grande força feminina na raiz, África. E missão dada: é missão cumprida! E aqui estou, no estado de Osun, 2 da matina, recém banhada no Rio pra tentar contar um pouco da viagem. Vou fazer um texto mais descritivo, porque sei que têm amigas e parentes preocupados no Brasil e amanhã, em Lagos devo acessar a net. Quando voltar posso contar mais detalhes dessa terra fantástica e seus tesouros.

Primeiro dia:

Uma colega de SP escreveu que em Brasília há algo de bom que sempre a faz voltar. Pensei no coração do Brasil, no berço das águas doces que correm. Mudando, freqüentemente, mudando e se movendo, sem parar em lugar algum, fluindo…Surge e afunda, sem constância, até abastecer aos oceanos. Pra brincarmos em suas ondas, pescar seus peixes, navegar nos mares e mergulhar em seus mistérios, e …quantos inconscientes não revelamos nas profundezas do mar ?

Penso: que nosso caminho, nos sirva! Oceano Atlântico – e as vidas que nunca acessamos: te cruzo pela primeira vez ! Era justamente, pra acessar minhas profundezas que resolvi navegar. Ainda que tivesse o alto custo material e mais ainda o afetivo. Especialmente, deixar o córrego, o trampo e minha cria João Pedro (que desde sempre se empolgou com minha vinda e fez planos junto, reforçando o companheiro sagaz que é) ah ! o meu guri ! sempre fortalecendo e motivando o retorno, o pouso, o regresso.

E nem precisa contar pra vcs: mais uma vez, aquela correria até o aeroporto. Agradeço ao Carlos pela carona e a todas as mensagens de carinho e coragem de minhas manas e manos ! Valeu ! Já tava no check-in quando surge o Akin. Ri muito com Akin ! Conhecemos pouco um do outro, mas valeu demais cada brincadeira, sabedoria, leveza. As amigas Lana e Mel embarcam na mesma nau, até a África do Sul, onde vão pesquisar danças circulares sagradas (femininas). Nossa fiquei muito emocionada com o encontro. E aguardo essa colheita, em dança. Para cirandar com as nossas mulheres da cultura. Aho ! Lana e Mel, lin-deusas…

Com tempo de sobra na paulicéia aproveitei pra refazermos nossos planos de viagem na yorubalândia… Comento da minha percepção do mar. E o Akin garante: banharemos ! Comento da minha curiosidade sobre Iroko e o Baobá. Akin rir compulsivamente… Penso “meu Deus, fiz alguma pergunta do tipo, ‘vcs no Brasil moram com os macacos'”. Mas, na verdade depois de se conter Akin, lindamente, responde: “se na África tem Iroko ? Vários, por todos os lados…” MEU DEUS ! Zara Tempo… fiquei bem feliz… O aeroporto estava lotado de gente indo pra todos os lugares do mundo ! Pensei que época linda estamos vivas em pleno tempo em que tudo ficou perto, no fato de escrevermos sem nos preocupar com os erros, se perderemos a lauda. Ficou fácil nos encontrarmos, consertar os erros. E parece que bem mais difícil nos reconhecermos e reconhecer nossos erros, transmutarmos. Conheci 2 amigos do Akin: Femi e Jai. Falamos do Brasil e da Nigéria, os 3 são Nigerianos. Eles falam das possibilidades na paulicéia. São comerciantes. Sampa ganha mais um motivo pra mim: terra onde se planta. Preciso falar das roupas do AKin – toda branca, calça e camisa -paletó, ambas bordadas de prata. Lindo demais, parece um sol. E obviamente transformava o embarque… o olhar de encanto das pessoas… eu rio 🙂

O vôo pra Africa do Sul foi um luxo só…. bebemos muito vinho, rimos mais ainda, parece que quanto mais rimos,mais aumenta nosso estoque de gargalhadas. Femi embarcou conosco, e lógico que foi a deixa pra falarmos do Fela Kuti (o filho do Fela se chama Femi). Ainda, não tinha levado nenhuma prosa sobre política com Akin, pra evitar desgastes ou divergências… (deixamos nas entrelinhas o episódio do visto negado pra jornalista) Mas, Akin me surpreende. Diz que ama Fela. Que na Nigéria ele é realmente um Deus, que apenas os políticos não gostam do Fela. Ufa, que alívio ! Mais um vinho que esta prosa merece um brinde !

Assim, o sol veio raiando no céu Africano ! Eu lá nas nuvens ! Presente ! Chorei e mais ainda quando pisei no chão, fiquei gingando capoeira, uns 10 minutos ! Miriam Makeba no sistema de som do aeroporto ! Íamos passar muitas horas – umas 8 – no aeroporto de Johanesburgo. Que tem lojas fantásticas de roupas, artesanatos.. gosto de tudo, mas naquele esquema:muito caro ! Fico me divertindo… E encontro um tambor lindo, $8 ,deu pra investir. E ficamos ali fazendo um som…Fomos pra uma loja de bebidas e uau! Experimentamos muitos Scotchs e uma Sminorff de Café – deliciosa. Abrimos a mão e levamos uma garrafa pra brindar, em Lagos. Akin e Femi só falam Yorubá, vou treinando.

Falamos de Elefantes e Amarula, do Rio Nilo.Era tão mágico aquela oralidade yorubando… que começamos a criar uma outra língua, exclusiva do nosso trio e, …mais uma vez, rimos muito ! Impressionante a generosidade dos meus companheiros. E viver entre os nossos é uma benção – de patinho feio a cisne . Adoro esta metáfora, pra explicar , que quando vc está entre os seus, vc só precisa ser vc, e tudo faz sentido, lindamente ! Hora de embarcar… e começa o que chamo de desafio do parto – arte da ressurreição.

Sim, nascemos muitas vezes, em uma única vida . Nesse embarque, de Johanesburg pra Lagos, entrei em meu próprio trabalho de parto. Entre as centenas de pessoas, somente eu era branca. Sim, a Nigéria é o país mais negro do planeta. Um em cada quatro africanos é nigeriano. O país tem muitas riquezas naturais, é o sexto produtor de petróleo do mundo. Fala mais de 200 idiomas, o inglês e o Iorubá são oficiais. Sendo que o Iorubá de Lagos é diferente do falado na cidade de Oyó, por exemplo. O tempo parou ali, percebi que não seria mais a mesma. Agradeci muito a oportunidade. Saravá !

Enfim, pousamos em Lagos – reparem 20:45 minutos (desconto pra 4h de fuso horário) do dia 25.08.2011 – Nigéria ! Calor, muitos militares e somente eu de mulher na fila do desembarque gringo. Akin pega a fila dos Nigerianos, sempre de olho em mim. Mas, nos perdemos. Vou passando pelas revistas, etc. Param o Akin. Sim, tanto em Johanesburgo, como em Lagos eles usam um método de sorteio pra revistar documentos de quem desembarca. E o Akin, com a roupa encantada, imaginem que chamava pouca atenção rs…

De repente estamos numa sala mais reservada, eu , Akin , uma freira e dois sujeitos algemados. Eles falam em Yoruba. O Akin me explica o que está acontecendo: todas as pessoas que vieram do Brasil devem ter as malas revistadas. Tá rolando um esquemão Brasil – Nigéria e lá vamos nós, tod@s suspeit@s, praquela típica abordagem “dos homi”. Mas, dessa vez, eles são milicos e não falam minha língua. O Akin vai buscar a mala. Fico eu, a freira, os 2 algemados, os milicos – 1 deles no facebook (ai meu vício ! Cocei pra não pedir pro cara pra escrever pra vcs) e uma TV Gigante transmitindo as notícias da AL Jazeera.

Vejo que tô mesmo no Oriente, a freira fica rezando, foi me dando uma angústia… era o mais longe que já tinha ido da minha terra e parecia que o mais perto do meu coração… olhos foram marejando e abri o berreiro – de tanta coisa: felicidade, medo, raiva, cansaço, tristeza (quem me conhece, sabe, que meu coração anda em coma profundo, há um ano). Lembrei da smirnoff de café e os milicos disseram que não podia beber. Disparei a falar inglês, e num quis nem saber, dei uns goles na vodka e rapidinho trataram de trazer o Akin: Your husband, Mrs ! (hahaha)

Eu mandei a real: no maior estilo “nem marido, nem patrão”. Mas, a freira logo clamou a Deus e sim, estávamos em missão sagrada. Sosseguei o facho. E nessa hora chegou Femi e mais meia dúzia “de vindos” do Brasil. Entre eles um senhor impecavelmente elegante. (Sim, Marina Mara, todas e todos muitíssimo elegantes como sua sensibilidade garantiu 🙂 Já havíamos desembarcado há horas e nada das nossas malas ! Claro que passou o filme: presa na Nigéria, sem roupa e desodorante. Oh não ! Mas, a freira e eu rezamos bem. E chegaram as malas, ai foi a confusão… pra revistar a mala da freira, as muambas dos companheiros, e minha nossa os guardas piravam nos biscoitos, feijão, café, que a galera trouxe do Brasil. A cara deles pros pacotes, era coisa de filme ! Enfim, descobri que na Nigéria comida tem muito valor! E a maioria das pessoas pertence a minha classe: são comerciantes, se vira nos 30!

Finalmente nos liberam. Ai o Akin ficou falando de um scaner, eu achei que ele tava me zoando. Que nada ! Lá fomos nós escoltados pelos milicos pra tal máquina do Scanner, a freira foi liberada. Na sala, eu , Akin, Femi, Abein (uma nigeriana lindíssima – a la Naomi) fomos scanead@s. Não acharam nada, mas pediram pra Abein ficar repetindo o “exame” e saquei que o guardinha tirava uma foto dela no celular. Achei escroto. Ele disse que eu não podia ver. Fiquei puta, comentei com a Abein (que mora em Sampa há 3 anos , casada com brasileiro e tem dois filhos). Falei que achei machista. Ela desconhece a palavra machismo. Ficou puta com a “revista – virtualmente – íntima”. Mas trocou em miúdos, de mulher-pra-mulher, que podia ficar tranqüila porque os caras aqui eram legais.

Finalmente, livres mesmo ! Sai do aeroporto escoltada pelos irmãos e amigos do Akin. Muita alegria. E eles são legais mesmo. Fomos para um “hotel”. Minha primeira refeição: arroz, peixe, banana frita, tudo muito gostoso e apimentado (dizem que pimenta mata verme, q deve ter de monte dada as condições de saneamento aqui em Lagos) !

Enquanto comemos a TV está ligada e …xazam ! Filmes nigerianos: sim, medalha de bronze do mundo cinematográfico ! A terceira maior indústria de cinema do mundo.Os filmes são engraçadíssimos, a estética é tipo novela mexicana. Mas, com elementos da cultura da selva e os costumes do interior da Nigéria. Tento tocar um som, falar de música, mas a galera fica vidrada na TV ! Eta le le ! Fui dormi …


Segundo dia:

Partimos pra Osun – Osogbo. Hoje é o grande dia, o dia do Festival de Osun. O café da manhã tem o pingado fantástico daqui – o leite é tipo creme. Vou levar pro Brasil. Delícia ! Dormi profundamente, sinto que fui muito ousada desta vez. Acho que meus guias estão buscando minha atual localização no planeta hehehe Nunca dormi tanto e com tamanha profundidade. E já queria dormir mais um cadinho no carro, mas…o trânsito é uma loucura, milagre mesmo até agora foi não ter visto nenhum acidente. Impressionante, todo mundo buzina, o tempo todo, sem respeitar nenhuma regra, o tempo todo ! Quase entro em pânico, mas elevo os pensamentos e na mesma hora um outdoor me presenteia : “Like an Eagle” – a águia é meu animal de poder no xamanismo. Alumiou…

Três horas de viagem, chegamos ao novo hotel. Só que simplesmente ninguém passava pra canto algum, devido a multidão de pessoas..Pegamos uma moto e … pimba ! Festival de Osun ! O rei estava saindo da festa, quando chegamos. Quase parei a comitiva pra dizer: “querido rei, o senhor já pensou em construir ciclovias para seu povo maravilhoso “? Mas, na verdade eu quem sou parada o tempo todo. Milhares de pessoas no Festival e… novamente apenas eu era branca. Muitas pessoas querem tirar fotos, pedir dinheiro. Sim 90% da população vive abaixo da linha da pobreza.

O Akin se aborrece com o fato deu tirar foto com as pessoas, abraça-las, beija-las… Fico impressionada, penso tanta coisa sobre ser a exceção, ainda nem digeri…Mas, primeiro imagino: e se fosse o inverso, uma negra , entre milhares de brancos, provavelmente seria sondada, suspeita, inferiorizada, etc… Eu estava sendo reverenciada como uma rainha.Só que, de um jeito ou de outro, ser a exceção é dureza. As mulheres me passavam suas crianças a todo momento, e tem uma multidão de pessoas no festival, confesso que fiquei com medo de alguma esquecer a cria comigo…. Penso em voltar aqui pra adotar uma meia dúzia de crianças : )

E o que me faz ficar mais feliz é que Osun é louvada. Pessoas de toda Nigéria – cantam : Ora ie ie ,Osun ! Uma multidão cantando e dançando. Muito perfume, muita comida, muito ouro….Ela não é Oxum só na umbanda e no candomblé, ela é Osun na Nigéria tb ! Louvada em toda sua majestade, nós filhas e filhos em gratidão ! Que festa ! que emoção… abro o berreiro de novo ! Encontramos o Baba! Pai de Santo daqui, primo do Akin 🙂 Muita felicidade, ele há dias participa dos feitios, das preparações pro Festival.. Muito batuque. Cantos, oferendas, vestes…

Têm totens por todo parque… vou escrever sobre isso depois, com calma. Damos a sorte de ver a Oxum do santuário saindo da “camarinha”, bem na nossa frente! Foi muito, muito emocionante ! Bato cabeça em um assentamento e vou pra Aruanda. Vejo muito ouro e uma pirâmide dourada. Depois entro no rio. Coisa que eles acham perigoso, “porque oxum leva”. Quando saí, uma multidão me esperava. Começou a chover. Fui pro templo esperar a chuva passar, as pessoas vão saindo, o lugar vai ficando calmo e tranqüilo. Podemos sentir o doce… e aquela paz das casas de Oxum. A chuva lavando a floresta. Sou gratidão ! Sou plenitude !

Sono, sonhos,bençãos… Minha oração hoje foi de muita gratidão: compreendi um pouco mais a língua dos anjos !

Pra quem for de facebook, consegui subir umas fotos. Taqui ! 🙂

August 22, 2011

Hoje acordei com Marina, presente !

Filed under: NA AVENIDA — mandinga @ 2:14 pm

Terreirodo Urubu

Bamba feito bambu
Que não se quebra
Na ventania
É o terreiro do Urubu
De onde sou mizifia
Lá batemos tambor
Para ver Pagul descer
Encantada com
A gira do amor
E vestida de
Entardecer.

Marina Mara

http://www.marinamara.com.br

=> Muito obrigada ! Saravá !

August 15, 2011

Brincando o encantado – Festejos Juninos no Maranhão

Filed under: (bateria) Brincando o encantado — mandinga @ 9:53 am

Há anos o Maranhão faz parte de nossas vidas pela musicalidade, por tantas amigas e amigos, pela capoeira, pelo Terreiro do Vô Congo (P Norte – Ceilândia. DF) – cuja família que cuida da casa veio de S. Luis pra Brasília,. Entre idas e vindas a terra onde guaraná tem o nome do filho de Deus e açaí nome de cabocla – Jussara – fomos embaladas pela alegria, generosidade e muita simpatia.

Toda essa acolhida nos ensinou a brincar. Na ilha a vida canta outra harmonia, muito do que vemos com a boca tem outro nome. Guarnecer, batizar, matar, vadiar. Missão divina.Deste brincar de bom gosto, fizemos as horas por lá.Num reviver que mudou o compasso por aqui. Junho de 2011 entrou para nossa História.As janelas da alma foram até São Luis.

Já tinham nos cantado que a cidade mudava de cheiro, pra brincar o São João. A pele de miçangas, as toadas de luta e fé, o fisgar do repique. Somos outras. Banhadas, encantadas e amadoras. Cegamos.Chegamos… e resolvemos compartilhar. Brincando o Encantado – Festejos Juninos no Maranhão

=> Em gratidão e louvor : a Xangô que nos guia, a Oxalá que nos protege, a Oxum que nos banha, a Pai Euclides, Dindinha, Zé Filho, Micaela Neiva, Lara Montenegro, Patrícia Cardoso, Mariana Levy, Mestra Elma, Ana Pi, Dona Teté, moçada do Laborarte, Tião Carvalho, Mestre Pato, Mãe Zenith, Bruno Santos Cunha, Seu Teodoro, Anderson Formiga, Casa Turquia, Caixeiras, Casa Fanti Ashanti, Marcio Jerry, Rogério Thomaz (conexao bsb-MA ), grupo Nzambi de capoeira angola, Claudia Lobo e a todas as pessoas que nos pediram carona, emprestaram instrumentos, dançaram, puxaram prosa e versos, e… brindaram conosco. Obrigada !

Espia:
Brincando o encantado

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